Bolsonaro recua no “Caso Folha”. Já fez seu factoide



Fernando Brito - Tijolaço

Não surpreende que Jair Bolsonaro tenha mandado cancelar a licitação para a compra de assinatura de jornais e revistas que excluía a Folha de S. Paulo.

A ilegalidade do ato, visível até para quem estiver estudando para um concurso público, era absoluta.

Assim como era inócua a “represália” contra o jornal.

Não seria por 50 ou 60 assinaturas que a Folha sobreviveria ou não, economicamente.

Como não será por ter de as fazer, pagando, que o presidente mudou de opinião.

O que queria, porém, foi alcançado: fazer agitação, demagogia política primária e criar a impressão – ao menos entre sua “tropa” – de que as notícias sobre seu infeliz governo são sempre falsas, obra do que a matilha chama nas redes de “extrema-imprensa”.

O governo Bolsonaro é assim: um esparramar diário de polêmicas falsas, de planos inexistentes, de absurdos flagrantes, tudo destinado a encobrir o desmonte de nosso país e a sustentar a falta do debate essencial sobre os rumos da sociedade.

Seus rosnados, seus urros e suas macaquices só servem, mesmo, como sinais de que voltamos a ser uma selva.

Aliás, é uma onomatopéia mesmo o grito de guerra que os militares transformaram em projeto nacional. Selva!