Os norte-americanos saíram da Síria com o rabo entre as pernas


A guerra na Síria (2011-2018) não pode ser comparada à guerra do Vietnã (1959 e 1975), ainda que tenham objetivos estratégicos de domínio regional por parte do imperialismo norte-americano, porque diferem em muito na evolução da economia mundial. Na guerra da Síria encontramos a Rússia fortalecida econômica e militarmente, disposta a enfrentar os norte-americanos para preservar sua base naval na Síria, em Tartus, e as tubulações que passam por território sírio levando gás russo para a Europa.

A guerra na Síria foi financiada desde o início pela coalizão formada por EUA, França, Reino Unido, Israel, Turquia, Arábia Saudita e Catar. Esses países reuniram fortunas para contratar mercenários, terroristas e religiosos – extremistas – charlatões de 104 países. Forneceram dinheiro, armamento sofisticado e transporte para os mercenários terroristas que entraram na Síria a partir da Turquia, Jordânia e Israel (Colinas de Golã).

As monarquias árabes viram na guerra uma forma de baratear o transporte de petróleo para os EUA.

Foram 7 anos de luta encarniçada, ensandecida, onde o mundo assistiu espetáculos aterradores de decapitações, pessoas queimadas vivas, assassinados em massa de velhos, mulheres e crianças sírias. E apesar de tudo isso, e apesar das mentiras diárias da imprensa ocidental, a Síria venceu sob o comando do líder Bashar Al Assad.

A Rússia teve papel importante na vitória síria, afinal enviou militares e armamentos, bombardeou agrupamentos terroristas desde o Mar Negro, apresentando ao mundo os últimos lançamentos em mísseis de longo alcance, precisos e cirúrgicos – muito diferentes dos “mísseis cirúrgicos” norte-americanos que na guerra do Iraque só acertavam os alvos com mentiras da mídia canalha. O Irã e o Hezbollah também colaboraram para a Síria expulsar de seu território as hordas de terroristas financiados pela coalizão ocidental.

O povo sírio resistiu heroica e bravamente à invasão de seu território por tropas enviadas pelas maiores potências do planeta. Os terroristas que não foram mortos, fugiram, escondidos em meio às levas de refugiados para a Europa.

A Turquia percebeu a armadilha em que se meteu e cessou os ataques às tropas sírias, voltando a se aproximar da Rússia.

As monarquias árabes cansaram de enviar fortunas para terroristas genocidas derrotados e fecharam os cofres recheados de petrodólares.

Os russos construíram mais 2 bases militares na Síria.

Os europeus da coalizão sinalizaram cansaço e Trump se viu sozinho em uma guerra destinada a fracassar, por isso os EUA começaram a retirar suas tropas da Síria nesta semana.

Durante 7 longos anos o que se viu na Síria foi militares israelenses montando hospitais de campanha nas Colinas de Golã para atender mercenários e terroristas que lutavam contra o governo de Bashar Al Assad. Tropas norte-americanas transportavam os líderes terroristas do Estado Islâmico em helicópteros e aviões para fugirem dos avanços das tropas sírias, e mais, atacavam as bases sírias, bombardeavam aeroportos militares para tentar enfraquecer os avanços das tropas sírias. E hoje, demonstrando total hipocrisia, a imprensa ocidental repete a versão do Pentágono de que os EUA se retiram da Síria porque derrotaram o Estado Islâmico. Seria cômico se não fosse trágico.

Os maiores apoiadores e financiadores do Estado Islâmico – o governo dos EUA – vem a público afirmar que venceu a guerra e derrotou o Estado Islâmico, por isso está saindo da Síria. Ora, faltou dizer que consideram a opinião pública mundial como bandos de idiotas e imbecis, domesticados por uma imprensa canalha e mercenária.

Concretamente, os militares norte-americanos estão deixando a Síria com o rabo entre as pernas, exatamente como fizeram no Vietnã. E no Afeganistão é apenas uma questão de tempo.



José Gil