Perita alerta estudantes sobre riscos e crimes no ambiente virtual


Os 1.100 estudantes das turmas de 6º ao 9º ano, da Escola Municipal do CAIC Candido Portinari, no bairro CIC, participaram de uma palestra especial nesta quinta-feira (27/9). A perita criminal da Seção de Computação Forense da Polícia Científica do Paraná, Sandra Balthazar, esteve na escola para alertar sobre os perigos do mau uso do ambiente virtual.

As turmas ouviram atentas e puderam esclarecer dúvidas sobre as situações que podem oferecer riscos como uso inadequado de dispositivos que permitem compartilhamentos de imagens, vídeos, além dos jogos on-line e de conteúdos impróprios na internet.

Sandra detalhou ao grupo casos criminais relacionados com a utilização indevida de aplicativos como WhatsApp, Facebook, Snapchat e jogos. A perita também apresentou exemplos de casos que a Seção de Computação da Polícia Científica do Paraná examina e os motivos de crianças e adolescentes serem as maiores vítimas de crimes envolvendo a tecnologia.

“Nem sempre quem está interagindo com a gente no ambiente virtual é quem parece ser. É preciso ficar sempre atento”, disse a policial. Sandra explicou aos estudantes que fotografar, armazenar ou encaminhar determinados conteúdos, como fotos com nudez, por exemplo, não é brincadeira. “Trata-se de ações que são tratadas pela polícia como crime, com sansões até mesmo para quem é menor de idade e que poderá responder como ato infracional”, disse a policial.

Recursos computacionais

Muitas ocorrências que chegam até a Polícia Científica envolvem crianças e adolescentes que se deixaram fotografar e filmar sem roupa ou em poses insinuantes. São crianças que têm sua intimidade exposta através de aplicativos de troca de mensagens, em que o usuário pode enviar e receber fotos e vídeos de maneira instantânea.

“Mais de 1.500 materiais que estamos periciando envolvem a participação de crianças e adolescentes que fizeram mau uso de recursos computacionais”, contou Sandra aos estudantes.

A policial explicou aos estudantes como é possível para a polícia recuperar conteúdos e descobrir a origem do que foi divulgado. A palestrante é graduada em Bacharelado em Informática pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com especialização na área de telecomunicações, e desde 2009 atua com perita criminal da Polícia Científica do Estado do Paraná, realizando exames periciais em computadores, notebooks, celulares, tablets, e outros equipamentos eletrônicos.

Boa parte dos estudantes que assistiram à palestra tem e usa celular com frequência e têm perfis nas redes sociais. “Eu achei muito sério e importante ficar de olho porque o negócio é sério mesmo. Tenho uma amiga que teve imagens espalhadas pela rede e não foi legal”, disse a estudante Nathalia Tyminski, 13 anos, do 8º ano.

WhatsApp

A colega de sala, Daiane Leal, 13, também gostou de participar e conhecer formas de se proteger de problemas dessa natureza. “Isso é bem frequente e muito chato”, conta a estudante que conhece uma menina que sofreu por ter enviado fotos sensuais pelo WhatsApp para com o namorado. “Ele compartilhou com amigos e ela acabou sofrendo bastante”, disse a estudante.

Apresentar o tema aos estudantes, com a participação da perita criminal, foi uma ação organizada pela Coordenadoria de Equidade, Família e Rede de Proteção, da Secretaria Municipal da Educação. A Rede de Proteção atua na prevenção de violências contra crianças e adolescentes. “É um público que precisa conhecer, refletir e perceber que essas ferramentas, cada vez mais constantes na vida delas, precisam ser usadas com cautela”, disse Sandra Garcia, gerente da Rede de Proteção.